4 – Ano XCIV • N0 145
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 3 de agosto de 2017
CONSERVATÓRIO DE MÚSICA
3a edição do Encontro Pernambucano
da Prática Instrumental do Frevo
Mauro Rossiter
Abertura contou com a exibição do documentário “Sete Corações”
FOTO: GIL MENEZES
A IDEIA do
documentário partiu
de outro grande
maestro do Estado,
Spok, que sentia
uma carência de
registros desses
importantes
mestres da cultura
pernambucana
berto o 30 Encontro
Pernambucano da
Prática Instrumental
do Frevo, promovido pelo Conservatório Pernambucano de Música (CPM). Comemorando os 87 anos da criação do conservatório, a primeira
noite do evento contou com a
exibição do documentário “Sete
Corações”, um registro do amor
ao frevo e do processo de criação dos maestros Clóvis Pereira,
Duda, Guedes Peixoto, Ademir
Araújo, Zé Menezes, Edson Rodrigues e Nunes. A programação
segue com oficinas, lançamento
de livro, shows e mesa redonda.
Todos os eventos têm entrada
gratuita e acontecem no Estúdio/Auditório Cussy de Almeida, na sede da escola, situada na
Avenida João de Barros, 594,
bairro de Soledade.
Antes da exibição do documentário, a diretora do CPM,
Rose Hazin, acompanhada pelo
professor Nino, deu as boasvindas e falou sobre a programação do evento para o público
A
presente, que lotou o auditório.
“O frevo é patrimônio imaterial
da humanidade, decretado desde 2012, e a gente quer perpetuar e divulgar esse ritmo que é
tão nosso. Por isso estamos trazendo ele para a academia, para
o conservatório, com esse intuito de atrair adeptos e de ensinar a técnica que é tão própria
desse ritmo nosso”, disse Hazin.
“Esse debate com os mestres
maestros de frevo, que começa
após a exibição do filme ‘Sete
Corações’, é o destaque da programação, essa oportunidade de
pegar o depoimento deles e enriquecer o festival”, concluiu.
A ideia do documentário
partiu de outro grande maestro
do Estado, Spok, que sentia
uma carência de registros desses importantes mestres da cultura pernambucana. “Precisamos de mais e mais encontros
como esse que o conservatório
já faz há três anos. É muito importante essa possibilidade de
unir gerações, como hoje, com
a exibição do filme e com a
presença de mestres vivos do
frevo, participando de um batepapo, além da prática da escola, da linguagem. A cada dia
mais músicos se interessam
pela história, pelo sotaque, pela
verdade de sua própria alma.
Eu alcancei uma geração que
não necessariamente estudava
frevo todo dia, e hoje temos o
Paço do Frevo, que todos os
dias tem aula de dança, de
música, um lugar lindo e digno
para se estudar o frevo. E o
conservatório com essa atitude
só faz aumentar a quantidade e
os tamanhos das janelas para as
novas e as já experientes gerações”, relatou.
O maestro Ademir Araújo
também enalteceu a iniciativa
do CPM. “Primeiro, gostaria de
congratular o trabalho do conservatório, isso para nós é como um renascer, e temos a felicidade de estar aqui, uma oportunidade que outros não tiveram. E o frevo continua!”, falou. A opinião do mestre foi
corroborada por dois estudan-
tes de música presentes ao
evento. “Eu já toco saxofone
em uma orquestra de frevo em
Olinda, chamada ‘Villa-Lobos’, e foi muito proveitoso
para aprender sobre a história
do ritmo, havia músicas que eu
tocava e não sabia de quem
eram e aprendi agora vendo o
documentário”, confessou Tarcísio de França, 26 anos. Irandir Alves, 27 anos, já conhecia
o evento de edições anteriores.
“Esse é meu segundo ano participando do encontro. Toco
trompete na orquestra de frevo
‘Conexão Popular’ e sempre
procuro essa experiência com a
nossa cultura para saber mais
sobre a história dos mestres e
enriquecer o meu trabalho”,
disse. Este primeiro dia de
evento contou ainda com a
apresentação da Orquestra de
Frevo do CPM Maestro Duda,
regida pelo professor Nino.